Subscribe:

Finanças

O planejamento financeiro é um instrumento muito relevante para as organizações, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações para a consecução de seus objetivos. (GITMAN, 2002, p.54)

Matarazzo (2007) acrescenta que a análise financeira possibilita um diagnóstico da empresa, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos, e permitir a apresentação de um esboço das prioridades para solução de seus problemas.

Segundo Gitman (2002), as quatro demonstrações financeiras básicas são: demonstração de resultado do exercício, balanço patrimonial, demonstração de lucros retidos e a demonstração de fluxo de caixa.

Marion (1998) salienta que as demonstrações financeiras são elaboradas através de dados coletados pela contabilidade. Estes dados são trabalhados e as informações encontradas são apresentadas periodicamente aos interessados de maneira resumida e ordenada. Formando, assim, os relatórios contábeis.


Sanvicente (1997) diz que a demonstração do resultado do exercício (DRE) é um relatório em que a empresa indica os resultados das suas atividades num período especificado.

Para Gitman (2002) é usual elaborar relatórios mensais para análise da administração da empresa e publicar trimestralmente as informações financeiras aos acionistas.

Receita Bruta de Vendas de Bens e Serviços
(-) Impostos sobre Vendas
(-) Devoluções, Descontos Comerciais e Abatimentos
Receita Líquida
(-) Custo dos Produtos e Serviços Vendidos
Lucro Bruto
(-) Despesas de Vendas
(-) Despesas Administrativas
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
Lucro Operacional
(+) Receitas Não Operacionais
(-) Despesas Não Operacionais
Lucro Antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para o Imposto de Renda
(-) Participações de Debêntures, Empregados, Administradores e Partes Beneficiárias
Lucro Líquido do Exercício
          Figura 1: Quadro Modelo DRE
            Fonte: Assaf Neto (2003)


Segundo Bruni (2003) o conceito e a análise de fluxos de caixa são o ponto principal do processo de tomada e compreensão das decisões financeiras. Representa o volume de recursos colocados no investimento ou que poderiam ser retirados do investimento ao longo dos anos. Para construir a estimativa de fluxos de caixa, basta analisar as entradas e saídas de recursos.

Para Gitman (2001) na análise de qualquer projeto se faz necessário uma abordagem de viabilidade econômico-financeira. Para isso, é importante o entendimento do timing dos fluxos de caixa destes, ou seja, o valor do dinheiro no tempo, que é baseado na idéia de que uma unidade monetária hoje vale mais do que uma outra que será recebida em uma data futura. Isso explica porque deseja-se receber o quanto antes, e pagar o mais tarde possível uma determinada quantia que não será reajustada ao longo do tempo.

Conforme Marion (2005), fluxo de caixa demonstra a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa da empresa, bem como a saída de dinheiro do caixa em determinado período.


Gitman (2002) afirma que o Balanço Patrimonial representa a demonstração resumida de posição financeira da empresa em determinada data. A demonstração confronta os ativos da empresa (o que ela possui) com suas fontes de financiamento, que podem ser dívidas (obrigações) ou patrimônios (o que foi fornecido pelos proprietários).

Valor Presente Líquido – VPL

Para Weston e Brigham (2000), o Valor Presente Líquido (VPL) pode ser definido como um método de avaliação das propostas de investimento de capital em que se encontra o valor presente dos fluxos de caixa futuros líquidos, descontados ao custo do capital da empresa ou a taxa de retorno exigida.

Segundo Gitman (2001, p.302), valor presente líquido é uma técnica de orçamento de capital sofisticada; encontrada ao se subtrair o investimento inicial de um projeto de valor presente, de seus fluxos de entrada de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de capital da empresa.

Motta e Colôba (2002) apontam que o Valor Presente Líquido é a soma algébrica de todos os fluxos de caixa descontados para o instante presente (t=0), a uma dada taxa i, conforme fórmula a seguir:

VPL = FC/(1+i) + FC/(1+i)²+ FC/(1+i)³ +...+ FC/(1+i)n-1 – I0.

onde:
VPL = é o valor presente líquido descontado.
FC = é um fluxo genérico que pode ser positivo (receita) ou negativo (custos).
i = é a taxa de desconto (Custo Oportunidade).
n = é o número de períodos.
I0 = investimento inicial.

A característica essencial deste método é análise de diversas alternativas considerando-se, para efeito de comparação, o valor presente equivalente a cada um dos fluxos de caixa representativos das alternativas em análise (HUMMEL e TASCHNER, 1986, p.57).


Segundo Weston e Brigham (2000, p.424), o período de payback, definido como o número esperado de anos necessários para recuperar o investimento original, foi o primeiro método formal utilizado para avaliar projetos de orçamento de capital. Ainda segundo os referidos autores (2000, p. 381), o período de recuperação do investimento é o prazo necessário para que as receitas líquidas de um investimento cubram seu custo.

Segundo Kassai et. al (2000, p.84), o payback é o período de recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante de capital investido, seja recuperado por meio dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento.

De acordo com Braga (1989, p.283), quanto mais amplo for o horizonte de tempo considerado, maior será o grau de incerteza nas previsões. Deste modo, propostas de investimentos com menor prazo de retorno apresentam maior liquidez e, conseqüentemente, menor risco.


Segundo Weston e Brigham (2000), a taxa interna de retorno é um método de avaliação das propostas de investimento com o emprego da taxa de retorno sobre um investimento em ativos, calculado ao encontrar a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas futuras com as saídas esperadas de caixa do projeto.

De acordo com Braga (1989), a TIR corresponde a uma taxa de desconto que iguala o valor atual das entradas líquidas de caixa ao valor atual dos desembolsos relativos ao investimento líquido.

Para Gitman (2001), a taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que iguala o valor presente de fluxos de entradas de caixa com o investimento inicial associado a um projeto, por conseguinte tornando o VPL = $ 0.

Segundo Kassai et. al (2000), alguns cuidados devem ser tomados na utilização da TIR, sendo:
  No cálculo da TIR de um investimento há o pressuposto de que todos os valores caminham no tempo pela própria TIR, ou seja, os fluxos de caixa negativos ou investimentos seriam financiados pela TIR e os fluxos de caixa positivos ou lucros também seriam reinvestidos pela TIR. Neste caso, quando a TIR apurada é muito diferente das taxas de mercado, sua interpretação não é verdadeira.
   
  Quando o projeto é representado por um fluxo de caixa não convencional, ou seja, em que há várias inversões de sinais entre fluxos de caixa positivos e negativos, as seguintes situações podem ocorrer: Pode apresentar uma ou mais TIR positivas e/ou negativas. O projeto pode ter, simultaneamente, taxas positivas e negativas; pode apresentar uma única TIR, igual a um projeto classificado como convencional; ou ainda inexistir solução.

Ainda segundo Kassai et. al (2000, p.74), obtemos uma taxa interna de retorno, em que os lucros são remunerados a uma taxa condizente com a realidade da empresa e os investimentos são financiados a taxas compatíveis com às do mercado; conseqüentemente uma taxa de retorno de investimento mais realista.


Segundo Ross et al (1995) o índice de lucratividade (IL) é o quociente entre o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados e o valor do investimento inicial. Pode-se achar o IL, dividindo o Valor presente dos Fluxos de Caixa Posteriores pelo Investimento Inicial.

Braga (1989) diz que usando esta fórmula básica, quando o IL for maior ou igual a 1, o valor descontado dos benefícios monetários produzidos será superior ou igual ao desembolso inicial de caixa, em moeda de um mesmo momento. Já quando o IL for inferior a 1, o projeto deverá ser rejeitado, pois não é economicamente viável, tendo em vista o benefício gerado ser inferior a seu custo.


Perez Junior et al (2006) afirmam que a Margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a Margem de Contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis. A Margem de Contribuição unitária é dada pela formula: MC=PV-(CV+DV)

Ponto de Equilíbrio

Sanvicente (1997) afirma que o ponto de equilíbrio operacional de uma organização, acontece quando resultado da operação é nulo, ou seja, as receitas são exatamente iguais ao valor das despesas operacionais.


Conforme Perez Junior (2006) a alavancagem representa o efeito que um aumento na quantidade de vendas provocará no lucro da empresa.


O Capital de Giro ou Capital Circulante representa a parcela do investimento que circula de uma forma à outra, durante a condução normal dos negócios. É comumente utilizado nas empresas para medir a liquidez global da organização. (GITMAN, 1997, p. 618)


O Ciclo Operacional é encontrado utilizando a fórmula seguinte: Prazo médio de estoques + prazo médio de recebimentos.

Assaf Neto (2003) aponta que os ciclos ou atividades operacionais de uma empresa envolvem, de forma seqüencial e repetitiva, a produção de bens e serviços e, em conseqüência, a realização de vendas e respectivos recebimentos.


Segundo Noronha e Duarte (1995), do ponto de vista da análise econômico-financeira, um projeto de investimento é qualquer plano de avaliação de uma atividade produtiva de vida limitada, que implique na mobilização de alguns recursos na forma de bens de produção, em determinado momento, na expectativa de gerar recursos futuros oriundos da produção.

Várias técnicas podem ser utilizadas, para se avaliar projeções de investimentos. Segundo Gitman (1997), estas técnicas podem ser divididas em sofisticadas e não sofisticadas. As técnicas não-sofisticadas trazem em seu bojo uma ou mais restrições de um conjunto de limitações que envolvem: uso do resultado contábil, desconsideração do valor do dinheiro no tempo, corte arbitrário no período de análise. Já as técnicas sofisticadas levam em conta toda a vida útil do projeto, se utilizam de fluxos de caixa e os descontam a uma taxa especificada. Tal taxa, que recebe diferentes denominações, tais como: custo de oportunidade, taxa de desconto, ou custo de capital da empresa, é aquela que, pelo menos, garanta que o valor de mercado da empresa permanecerá inalterado.


Segundo Filardo (1980), o estudo das formas de relacionamento da empresa com os mercados financeiros e acionários, caracteriza-se pela análise do papel que os recursos provenientes destes mercados têm no financiamento das despesas com investimentos, tanto em capital fixo como de giro, e, portanto, da possibilidade de ampliação das taxas de crescimento da empresa.

Ainda segundo Filardo (1980), como é razoável supor-se que a empresa escolha uma dada composição de suas fontes de financiamento entre internas e externas, dependendo do custo dos recursos gerados internamente em comparação com os custos dos recursos ofertados pelos mercados financeiro e acionário, é possível estabelecer-se que esta decisão depende: a) da capacidade que os mercados financeiros e acionários tenham em realocar poupanças. Por outro lado, a composição da oferta destes fundos depende de quais são as linhas de créditos existentes, se há linhas especiais de crédito e outras formas de incentivos creditícios, e qual o papel do mercado acionário; b) da capacidade de formação de recursos próprios pela empresa, determinada pela sua política de retenção de lucros e pelo seu esquema de depreciação do capital fixo.


Gitman (2002) afirma que fundamentalmente, risco é a possibilidade de perda financeira. Os ativos considerados mais arriscados são os que oferecem maiores possibilidades de perda financeira. Em termos mais formais, a palavra risco é usada como sinônimo de incerteza e refere-se à variabilidade dos retornos associados a um ativo.

Segundo Gastineau e Kritzman (1999) os riscos de mercado realocados por intermediários financeiros são: risco de preço e risco de taxa (de juro ou de câmbio). Esses riscos apresentam diversas facetas, mas duas delas são mais marcantes: a) qualquer movimento de preço ou taxa prejudicará certos participantes do mercado. O nome popular conferido a um movimento de mercado favorável é risco de mercado; b) o risco de um agente econômico é, geralmente, o retorno potencial de outro. A troca de pacotes de risco e retorno pode redundar em benefício para ambas as partes envolvidas em uma operação de administração de risco.

Securato (1993) salienta que na área financeira, o risco e a incerteza estão presentes em um grande número de decisões do executivo que, em seu conjunto, podem levá-lo ao fracasso ou ao sucesso e com ele, a própria empresa.

Em face da crescente e acentuada exigência das empresas por resultados positivos, não se basta empiricamente deter conhecimentos organizacionais. Hoje o mundo empresarial requer profundos conhecimentos a respeito da situação presente, passada e futura da empresa; requer constantes atualizações do cenário político, social e econômico; e principalmente saber a real abrangência econômico-financeira da organização. Sendo assim, os administradores precisam saber detectar os pontos que impactam na situação financeira da empresa, agindo como tomador de decisões e solucionador de problemas.

Saber confeccionar um fluxo de caixa é um dos fatores primários, pois o mesmo expõe e guia o planejamento de entradas e saídas de capital, projetando ações futuras para estratégias financeiras da organização. A demonstração do resultado do exercício relaciona e define o resultado da empresa em determinado período, sendo esse relatório de fundamental importância para tomada de decisão. Diversas ferramentas como Payback, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, e o Índice de Lucratividade, são extremamente eficazes para projetos de aquisição, ampliação, investimento, projeção de compra, entre outras, uma vez que analisam as reais vantagens da empresa em tomar algum tipo de atitude financeira, pois analisam o que realmente a empresa terá de retorno, a taxa e o tempo médio que e a empresa levará para ter de volta o capital investido.  Saber tomar decisões embasadas em fatores financeiros torna a empresa mais consciente de seus atos, possibilitando uma maximização constante da lucratividade e concreta análise de viabilidades.